Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Os reatores operam dentro das estruturas esférica (Angra 2) e cilindrica (Angra 1). Crédito: Eletronuclear
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Os reatores operam dentro das estruturas esférica (Angra 2) e cilindrica (Angra 1). Crédito: Eletronuclear

A durabilidade de Angra 1 foi garantida pela troca dos geradores de vapor –  dois dos principais equipamentos da usina – feita em 2009. Com a substituição, a vida útil da unidade poderá ser estendida de 40 para 60 anos, permitindo que a usina esteja apta a gerar energia para o Brasil até 2044.

A tarifa de venda da energia produzida por Angra 1 e 2 foi reajustada para R$270/MWh a partir de 1º de janeiro. A tarifa é baseada na receita fixa das duas usinas, fixada em R$ 3,7 bilhões para 2020.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada em Angra dos Reis, RJ, é constituída de três unidades:

  • Angra 1 (640 MW) - projetada pela Westinghouse. A construção foi iniciada em 1972 e entrou em operação comercial em 1985.
  • Angra 2 (1.300 MW) - projetada pela Siemens/KWU. As obras tiveram início em 1976 e a operação comercial em fevereiro de 2001.
  • Angra 3 (1.405 MW) - projetada pela Siemens/KWU. A construção começou em 1984. Cerca de 70% das obras estão prontas. O Governo Bolsonaro prevê que a usina poderá entrar em operação em 2026, ao custo adicional de R$ 17 bilhões.

Pelo menos cinco empresas estrangeiras demonstraram  interesse em participar de Angra 3: a estatal russa Rosatom, o consórcio franco-nipônico MHI, as chinesas CNNC e SNPTC e a sul-coreana Kepco. A  Eletrobras vem mantendo conversas com todos e também com a americana Westinghouse, a fornecedora turnkey de Angra 1.

Angra 3 está com a construção paralisada desde 2015. O desafio é tornar financeiramente viável a retomada. Para superar a escassez de recursos, a ideia do governo federal é fazer uma concorrência internacional para uma PPI financiar e completar a obra. Foto: Divulgação/Eletrobras
Angra 3 está com a construção paralisada desde 2015. O desafio é tornar financeiramente viável a retomada. Para superar a escassez de recursos, a ideia do governo federal é fazer uma concorrência internacional para uma PPP financiar e completar a obra. Foto: Divulgação/Eletrobras

As duas usinas nucleares em operação geram 2000 MW. O governo estuda a construção de mais seis usinas até 2050. Cada reator teria capacidade de 1 GW.

Grande parte das usinas nucleares está instalada em nações desenvolvidas, mas os novos projetos prosperam nos países emergentes.

A Asia lidera com 40 empreendimentos em andamento, seguida da Rússia e Leste Europeu (11), Europa (4), América do Norte (2) e América do Sul (2).

A China tem 45 usinas nucleares em operação e outras 15 em construção.

Segundo a Associação Nuclear Mundial, há 30 países planejando ou iniciando programas nucleares — a maioria é de emergentes.  Praticamente todos têm algum tipo de acordo com a Rússia ou a China.

“A verdade é que russos e chineses dominam o setor nuclear atualmente”, afirma o diplomata Marcel Fortuna Biato, representante do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). “São os únicos que têm capacidade de financiamento, que é o que o Brasil precisa".

Novas Termoelétricas

Em Sergipe, a UTE Porto de Sergipe I da Celse estará entrando em operação nos próximos dias. A termoelétrica tem capacidade de 1.550 MW.

A Usina Termoelétrica Porto de Sergipe I, de capacidade de geração de 1.551 MW, conta com três turbinas a gás 7HA e uma turbina a vapor, de fabricação da General Electric (GE), além dos demais sistemas usuais em uma usina de ciclo combinado: caldeiras de recuperação de vapor, condensadores, torre de resfriamento, sistemas e tratamento de água e efluentes e subestação. Este é o primeiro projeto no Brasil a receber o modelo de turbina 7HA, considerado hoje o mais eficiente disponível no mercado.
A Usina Termoelétrica Porto de Sergipe I, de capacidade de geração de 1.551 MW, conta com três turbinas a gás 7HA e uma turbina a vapor, de fabricação da General Electric (GE), além dos demais sistemas usuais em uma usina de ciclo combinado: caldeiras de recuperação de vapor, condensadores, torre de resfriamento, sistemas e tratamento de água e efluentes e subestação. Este é o primeiro projeto no Brasil a receber o modelo de turbina 7HA, considerado hoje o mais eficiente disponível no mercado.. Foto: Celse

A termelétrica do Açu da GNA (Gás Natural Açu), prevista para operar em 2021, vai gerar 1.300 MW (uma Angra 2). A GNA II irá gerar 1.700 MW a partir de 2023.

Na matriz energética brasileira, as hidrelétricas respondem por 60% da energia elétrica consumida no País; as termelétricas à gás ou óleo combustivel, por 22%; as duas usinas nucleares fornecem 3%. A energia eólica instalada tem capacidade nominal de 7%. A capacidade de energia solar superou 2.400 MW em setembro de 2019.

Em 2019, existiam 2.425 termoelétricas à carvão, totalizando capacidade operacional aproximada de 2.000 GW, com a China (972.514 MW), India (220.670 MW) e outros países asiáticos (191.088 MW) respondendo por cerca de 70% da produção mundial de energia elétrica utilizando carvão.

* Com dados e informações da Eletronuclear, Celse, Eletrobras e Revista Exame

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