"Os recentes cortes acentuados da Rússia nos fluxos de gás natural para a UE significam que este é o primeiro mês da história em que a UE importou mais gás via LNG dos EUA do que via gasoduto da Rússia", observou Birol em rede social.
"A queda na oferta russa exige esforços para reduzir a demanda da UE para se preparar para um inverno duro", alertou o chefe da International Energy Agency.

A demanda atual de gás na Europa é de 512 bilhões de metros cúbicos (bcm) por ano. Em 2021, os países da União Europeia importaram 155 bcm de gás natural da Rússia – cerca de um terço desse volume pela Alemanha.
Segundo o executivo, o fornecimento de LNG dos EUA para a Europa em junho foi de cerca de 5 bcm, enquanto as importações de gás natural da Rússia ficaram ligeiramente abaixo desse volume.
Desde o início de 2022, a Gazprom já reduziu em 30% suas exportações de gás para clientes de países que não são membros do Commonwealth of Independent States (CIS), incluindo fornecimentos para a China.
A Gazprom também foi forçada a reduzir o fluxo de gás natural do gasoduto Nord Stream devido ao atraso da Siemens no retorno de unidades compressoras de gás em reparo e falhas nos motores, informou a holding de gás russa em 14 de junho.
A Siemens Energy disse que uma das turbinas a gás não pode ser remetida de Montreal à Alemanha devido às sanções do Canadá contra a Rússia. Como resultado, a bombeamento de gás do Nord Stream opera com 40% da capacidade.
Adicionando ao desafio, o fluxo do Nord Stream será completamente interrompido durante a manutenção anual do gasoduto, entre 11 e 21 de julho, e o mercado enfrenta interrupções na produção de LNG dos EUA.
Um incêndio em uma planta de exportação de LNG no Texas, operada pela Freeport LNG, deixou a fábrica inoperante até setembro, quando deverá voltar a operar apenas parcialmente até o final de 2022.
A instalação, que responde por cerca de 20% das exportações de LNG, tem sido um importante fornecedor para compradores europeus.
Deve-se também observar que os preços do LNG aumentaram mais de 1.000% nos últimos dois anos, primeiro por causa da pandemia e depois pela escassez global de energia, agravada pelas sanções à Rússia e imposições de limites da OPEC.
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