Copenhaguen planejava doar blindados Piranha III para a Ucrânia para uso no conflito com a Rússia.
A Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos da Suiça, no entanto, rejeitou o pedido para enviar os veículos para Kiev, informou a SRF nesta quarta-feira (1).
A Dinamarca anteriormente se comprometeu a não reexportar armas suíças para outros países sem a aprovação de Berna.
Berna disse que sua neutralidade não permite o fornecimento de armas para uso em zonas de conflito.
Jean-Marc Rickli, chefe de Riscos Globais e Emergentes do Centro de Política de Segurança de Genebra, acredita que o governo é legalmente justificado em proibir a reexportação de armas suíças para a Ucrânia. Dada a neutralidade da Suíça, "concordar com a exportação seria uma violação do direito internacional, bem como do direito suíço".
Na mesma base, a Suíça vetou anteriormente o fornecimento para Kiev de munição suíça usada em sistemas antiaéreos alemães Gepard.
Até recentemente, a Alemanha também não estava disposta a fornecer armas para zonas de conflito, uma decisão de 1945 que mudou logo após a crise da Ucrânia.
“A invasão russa da Ucrânia marca um ponto de virada. Ameaça toda a nossa ordem do pós-guerra”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz no final de fevereiro.
Na época, a Alemanha concordou em vender sistemas antiaéreos Gepard para a Ucrânia.
Atualização 02/06/2022
O Ministério da Defesa alemão disse na quarta-feira (1) que não poderia informar detalhes, por não dispôr da arma, sobre a promessa do Chanceler Olaf Scholz de fornecer à Ucrânia um certo sistema de defesa aérea.
A arma em questão, IRIS-T, pode ser utilizada como um míssil ar-ar de curto alcance, ou um sistema de defesa aérea de curto ou médio alcance.
Quando perguntado qual sistema Berlim planeja enviar a Kiev, o porta-voz do Ministério da Defesa, o Capitão da Marinha David Helmbold, respondeu que "esta questão deve ser dirigida à indústria [de defesa], uma vez que não temos esses sistemas em nosso serviço". Ele acrescentou que não poderia esclarecer a questão, pois a Bundeswehr (Defesa Federal) não possui tais sistemas em seu arsenal.
Na Alemanha, o IRIS-T é produzido pelo fabricante de armas Diehl, que oferece mísseis ar-ar e sistemas terrestres.
Os únicos sistemas IRIS-T que a Bundeswehr tem em seu arsenal são mísseis ar-ar montados em seus caças Eurofighter e Tornado
Em relação a possíveis entregas à Ucrânia, Helmbold disse que quando Scholz falou sobre o sistema de defesa aérea "mais moderno" da Alemanha, ele pode não ter necessariamente significado sistemas na posse dos militares alemães.
O comentário veio poucas horas depois de Scholz dizer ao parlamento que seu governo planejava enviar sistemas mais avançados para a Ucrânia, incluindo um sistema IRIS-T e radares capazes de detectar fogo de artilharia e identificar a localização da origem.
Atualização 02/06/2022
Washington revelou os detalhes de seu 11º pacote de assistência militar à Ucrânia no valor de 700 milhões de dólares. O ponto central do pacote é a decisão de equipar Kiev com o HIMARS, um sistema de alta mobilidade de lançamento de foguetes com alcance para atingir alvos na Rússia.
O Pentágono disse que quatro sistemas entrarão em serviço o mais rápido possível, e já foram enviados para a Europa com antecedência – o treinamento pode levar até três semanas. Os sistemas podem atingir alvos a uma distância de até 300 km.
O presidente da American University em Moscou, Edward Lozansky, avalia que a decisão de enviar os sistemas de foguetes para a Ucrânia pode ter "consequências catastróficas", e "o mundo está esperando uma resposta russa com o fôlego curto". Em entrevista ao jornal diário russo Kommersant, Lozansky chamou as garantias de Kiev de não usar os sistemas contra alvos na Rússia de "risíveis", lembrando que o presidente ucraniano quebra repetidamente suas promessas.
Atualização 15/06/2022
A Alemanha fornecerá à Ucrânia três sistemas de lançamento múltiplo de foguetes nos próximos meses, confirmou a Ministra da Defesa Christine Lambrecht à margem de uma reunião da OTAN nesta quarta-feira (15). O número caiu de quatro para três por falta de munições, de acordo com o Business Insider.
Os sistemas Marte-II virão dos arsenais da Bundeswehr, as forças armadas alemãs, disse Lambrecht.
O Business Insider relatou que os lançadores não conseguem disparar uma parte significativa de sua munição devido à falta de atualizações de software, planejadas para o final deste ano. A entrega só foi possível porque os EUA concordaram em fornecer munição adicional. O revés técnico significa que menos da metade dos sistemas Mars-II possuídos pela Bundeswehr estão operacionais.
O Mars-II é uma modificação do M270 MLRS fabricado nos EUA. A Bundeswehr diz em seu site que os lançadores Mars-II são capazes de atingir alvos “com precisão” a uma distância de até 84 quilômetros, embora o fabricante do armamento KMW especifique um alcance de 70 quilômetros.
No início de junho, a edição alemã do Business Insider informou que Berlim teria que superar vários obstáculos antes de entregar grande parte do armamento prometido a Kiev.
Os sistemas de defesa aérea IRIS-T SL não chegarão antes do final do ano, afirmou o site, e um acordo de armas com a Grécia pode ser desfeito por uma potencial escalada de tensões entre Atenas e a Turquia.
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