A maior parte do trigo produzido no Estado foi exportada no ano passado – das 3,55 milhões de toneladas colhidas em 2021, cerca de 2,9 milhões foram embarcadas para o exterior.
Embora a conjuntura atual seja favorável a exportação do grão, há outras alternativas para o trigo, como a ração animal, quando a safra europeia normalizar, com a consequente queda de preços da commodity.
Um dos principais componentes da ração de aves e suínos, a produção gaúcha de milho para o mercado interno é deficitária. O trigo, portanto, aparece como alternativa à importação de milho de outros Estados e de outros países.
“Esse cenário de crescimento do trigo é irreversível. O produtor está capitalizado e se especializando nas culturas de inverno. Não é apenas essa questão passageira da Ucrânia. O produtor já tem a tecnologia que está sendo gerada e tem desenvolvido genética que permite alto rendimento”, explicou o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, ao Jornal do Comércio.
“O trigo era uma aventura", disse Rugeri. Hoje "temos domínio tecnológico" e "somos extremamente pujantes em relação a genética".
Safra de inverno
Segundo levantamento da Emater-Ascar, o Rio Grande do Sul deverá colher em 2022 sua maior safra de inverno na história, com produção prevista de 5,06 milhões de toneladas de trigo, aveia branca, canola e cevada, um crescimento de +12% na comparação com a safra 2021, quando a produção foi de 4,52 milhões de toneladas.
As áreas plantadas somaram 1,9 milhões de hectares (+15%) e avançaram em todas as quatro principais culturas de inverno do Estado.
A maior expansão da área cultivada foi a da canola, somando 48,5 mil hectares, um aumento de 27,5% em relação à última safra. A produção deve registrar crescimento de 67%, atingindo 91,5 mil toneladas.
A área plantada da aveia branca, de 392,5 mil hectares, é 14% maior do que na safra 2021. A expectativa de produção do grão é de 870 mil toneladas (+7,5%).
A cevada está sendo plantada em 37 mil hectares (+0,84%), sendo estimada uma queda na produção de -2%, para 109 mil toneladas.
A pesquisa da Emater foi realizada em 423 municípios produtores de trigo (98,5%), 123 produtores de cevada (97,4%), 150 produtores de canola (99%) e 235 produtores de aveia branca (85,5%), entre os dias 11 e 23 de maio.
* Com informações do Jornal do Comércio
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