Como endemia, a doença covid-19 deixará de ser uma emergência de saúde, caducando decretos impositivos de governadores e prefeitos, como uso obrigatório de máscaras, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal, além de realização compulsória de exames médicos.
A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, estabelece no art. 3º que para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
I - isolamento;
II - quarentena;
III - determinação de realização compulsória de:
a) exames médicos;
b) testes laboratoriais;
c) coleta de amostras clínicas;
d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
e) tratamentos médicos específicos;
IV - estudo ou investigação epidemiológica;
V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver;
VI - restrição excepcional e temporária de entrada e saída do País, conforme recomendação técnica e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por rodovias, portos ou aeroportos;
VII - requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que será garantido o pagamento posterior de indenização justa; e
VIII - autorização excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa, desde que:
a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e
b) previstos em ato do Ministério da Saúde.
Originalmente, as medidas previstas somente poderiam ser decretadas pelo Ministério da Saúde e por gestores locais de saúde autorizados pelo Ministério, mas o STF decidiu que também podem ser ordenadas por prefeitos e governadores, com total independência do governo federal e de agências, causando a destruição da economia, de empresas, empregos e vidas.
A lei também dispensa a licitação para aquisição de bens, serviços e insumos de saúde destinados ao enfrentamento do novo coronavírus, enquanto perdurar a situação de emergência de saúde.
Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que está adotando as medidas necessárias para a reclassificação para endemia.
“O Ministério da Saúde avalia a medida, em conjunto com outros ministérios e órgãos competentes, levando em conta o cenário epidemiológico e o comportamento do vírus no País”, declarou o órgão.
Atualização 14/03/2022
Queiroga está conversando com os Presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para discutir as consequências jurídicas da reclassificação da covid-19 de pandemia para endemia. A decisão deverá sair até o final do mês.
O STF deu uma série de prerrogativas aos gestores estaduais e municipais, inclusive de editar decretos arbitrários de restrição de direitos individuais. A preocupação na passagem para endemia, encerrando a aplicação da lei de emergência sanitária, é com a aprovação de nova legislação destinada a manter as prerrogativas concedidas aos prefeitos e governadores.
* Com informações da Agência Brasil
Veja também:
- Xangai recorre a lockdown total para conter Ômicron (03/2022)
- Ciência Democrata: Marketing de Biden recomenda declarar batalha ganha contra a covid-19 (02/2022)
- Caminhoneiros rumam à capital dos EUA contra mandatos, estado de emergência (02/2022)
- Ensino da rede estadual é um desastre em São Paulo (03/2022)
- PF investiga compra de ventiladores pulmonares pelo Governo João Doria (02/2022)
- Polícia de São Paulo cumpre 34 mandados em investigação de desvios na área de saúde (01/2022)
- Sinovac subornou autoridades chinesas para aprovar vacinas (12/2020)
- Suécia decide não vacinar crianças de cinco a 11 anos (01/2022)
- Chefe da EMA comenta o enfraquecimento do sistema imune por doses de reforço (01/2022)
- Lockdowns falharam em proteger os vulneráveis, diz Woolhouse em novo livro (01/2022)
- França desaconselha máscaras de tecido; Alemanha torna obrigatório uso de máscaras médicas nos transportes públicos (01/2021)
- Maior estudo sobre eficácia de máscaras é revisitado (12/2021)
- "Não há justificativa médica ou epidemiológica para o passaporte da covid", diz Ministro da Saúde de Israel (09/2021)
- Vacinas existentes não possibilitam obter imunidade de rebanho (08/2021)
- OMS condena o lockdown: não salva vidas e faz os pobres muito mais pobres (10/2020)
- Vacina de Oxford não protege contra Covid (06/2020)