"Nos próximos meses, entregaremos à Belarus (Bielorrússia) os sistemas de mísseis táticos Iskander-M, que podem usar mísseis balísticos ou de cruzeiro, em suas versões convencionais e nucleares", disse Putin no início televisado de seu encontro com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. no Palácio Konstantinovsky, em St. Petersburg,
O Iskander-M usa orientação óptica e inercial para atingir seus alvos e pode transportar variados tipos de ogivas com um alcance de até 500 quilômetros.
Os detalhes e a logística da transferência de armas serão discutidos pelos ministros da Defesa dos dois países, acrescentou o presidente da Rússia.
Os mísseis Iskander já foram implantados em Kaliningrado, um enclave russo no Báltico, entre a Lituânia e a Polônia, membros da Otan.

O governo bielorrusso não busca a transferência de armas nucleares, mas, antes de tudo, está interessado em modernizar aeronaves para ogivas nucleares.
Em uma transcrição da reunião, Lukashenko expressou ao líder russo preocupação sobre a intensificação dos voos de aviões dos Estados Unidos e da Otan "treinando para transportar ogivas nucleares" perto da fronteira com a Bielorrússia.
Ele pediu ao presidente russo que considerasse "uma resposta espelhada" aos voos ou converter aviões russos da frota da Bielorrússia para "portar ogivas nucleares".
Putin, aparentemente, estava preparado para tal conversa na presença de jornalistas. Assim, o presidente da Rússia lembrou que nos países europeus membros da Aliança do Atlântico Norte, os americanos têm 200 ogivas táticas nucleares. Ao mesmo tempo, 257 aeronaves foram preparadas para possível uso, acrescentou.
Nesse contexto, o presidente russo concordou em modernizar as aeronaves Su-25, que estão em serviço na Bielorrússia, para ter capacidade nuclear. Sua adaptação será realizada em fábricas de aeronaves da Rússia, enfatizou Vladimir Putin. Além disso, o lado russo começará o treinamento adequado do pessoal de voo.
Os líderes também discutiram questões econômicas. Em particular, Moscou e Minsk concordaram em 15 grandes projetos destinados a substituir produtos que anteriormente eram fornecidos a ambos os países por empresas ocidentais.
Antes das últimas eleições presidenciais da Bielorrússia, e dos protestos daqueles que discordavam dos seus resultados, Alexander Lukashenko era por vezes acusado publicamente de tentar "sentar-se em duas cadeiras".
A situação mudou. O chefe da república vizinha, especialmente nos últimos meses, demonstra seu compromisso com a construção de relações estreitas com a Rússia. Ao mesmo tempo, a República da Bielorrússia acabou sendo o único país no espaço pós-soviético que apoia abertamente Moscou após 24 de fevereiro.
Lukashenko acredita que, para as duas nações, o foco na cooperação estreita e frutífera é "um processo natural, predeterminado por sua proximidade geográfica, laços culturais e espirituais inextricáveis criados ao longo dos séculos e um passado heróico comum".
"Estou convencido de que o fortalecimento da interação construtiva entre Minsk e Moscou, tanto no âmbito do Estado da União quanto como parte de outras associações interestaduais, cria as condições necessárias para superar com sucesso os desafios e ameaças globais", observou o presidente da Bielorrússia.
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