O WSJ relata que a equipe de investimentos da Gramercy Funds Management realizou uma reunião extraordinária no sábado, 26 de fevereiro, para discutir o impacto do conflito Rússia-Ucrânia na macroeconomia e no portfólio da empresa.
Mohamed El-Erian, presidente da Gramercy e ex-executivo da Pacific Investment Management, participou ao lado do fundador da Gramercy, Robert Koenigsberger, que tem sido um player em reestruturações de títulos do governo argentino.
A Gramercy tinha vendido todos os seus títulos da Rússia e da Ucrânia um mês antes. Uma ideia em discussão era novamente comprar títulos do governo ucraniano, que haviam caído para cerca de 45 centavos de dólar, relata o WSJ.
A Ucrânia provavelmente permaneceria independente e receberia ajuda financeira maciça da Europa e dos EUA, acreditavam os analistas da Gramercy. Mas eles não tinham certeza quanto da dívida os investidores de títulos seriam solicitados a perdoar em uma possível reestruturação e decidiram aguardar, dada a incerteza.
Os títulos soberanos da Ucrânia caíram para 22 centavos de dólar em 2 de março, e a Gramercy começou a comprar.

Agora é o momento certo para começar a comprar títulos ucranianos, mas muitos clientes hesitam em participar, disse ao WSJ um outro gestor de fundos de mercados emergentes que comprou títulos ucranianos nos últimos dias.
"Dois de nossos maiores investidores entraram em contato conosco para dizer não Rússia e talvez não Ucrânia, porque poderá se tornar parte da Rússia".
Gramercy e o gestor disseram que não estão considerando comprar dívida pública russa, mas os títulos da Rússia estão sendo bastante procurados, destacou o WSJ.

Os títulos soberanos russos denominados em dólar foram cotados em torno de 17 centavos de dólar em 2 de março, abaixo dos 95 da semana anterior. Isso é bem abaixo do que os investidores provavelmente receberão em uma reestruturação se a Rússia ficar inadimplente, mesmo que leve anos para o reembolso, disse um gestor de fundos de hedge dos EUA que tem interesse na compra. O problema é localizar os títulos, disse o executivo, que encontrou apenas US$ 5 milhões em valor de títulos à venda, relatou o jornal americano.
Numerosos fundos de pensão, seguradoras e gestores de capital estão procurando vender seus títulos da dívida russa, mas os negócios estão virtualmente parados após o bloqueio da Rússia nos sistemas bancários globais. A maioria dos bancos de investimento que normalmente negociam a dívida não estão vendendo.
As sanções atuais não proíbem a negociação de títulos da dívida pública existente da Rússia, mas o mercado teme que possam ser incluídos em punições futuras.
Recentemente, autoridades americanas e europeias proibiram a negociação de novos títulos do governo russo, congelaram as reservas de moeda estrangeira offshore da Rússia e baniram vários bancos russos do sistema Swift.
Para proteger a moeda, o banco central da Rússia respondeu barrando os pagamentos de seus títulos denominados em rublo a investidores no exterior.
A negociação é principalmente entre bancos internacionais e investidores em dívida pública e corporativa denominada em dólar, disseram ao WSJ os gestores de fundos. Medidas impostas pelas autoridades ocidentais e russas bloquearam transações em dívidas denominadas em rublo e envolvendo contrapartes russas.
Atualização 04/04/2022
Os Estados Unidos aumentaram suas compras de petróleo russo em 43% entre 19 e 25 de março, de acordo com dados da Administração de Informações sobre Energia (EIA). Apesar da proibição da Casa Branca de importações de energia da Rússia, os EUA continuam a comprar até 100.000 barris de petróleo russo por dia.
Atualização 08/04/2022
Dólar cai -5,5% frente ao rublo, para 71,6, na Bolsa de Moscou.
* Com informações do Wall Street Journal
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