"Gostaria de salientar mais uma vez que, ao buscar uma resolução política da questão da Ucrânia, ninguém deve colocar uma cortina de fumaça da guerra e usá-la como alavanca, ou ameaçar outros com sanções e pressão, ainda menos recorrer aos meios de incitar o confronto entre blocos", disse Wang em coletiva na sexta-feira (18).
O diplomata insistiu que "devem ser feitos esforços com base no acordo de Minsk II para tratar adequadamente as preocupações razoáveis de segurança de todos os lados, incluindo a Rússia, através do diálogo e da negociação, e trabalhar para a resolução completa da crise da Ucrânia e questões relacionadas".
Washington deve ajudar a diminuir as tensões na fronteira russo-ucraniana e a retirar ameaças persistentes de medidas punitivas contra Moscou, disse o principal diplomata de Pequim em meio a um crescente impasse entre o Oriente e o Ocidente.
Em janeiro, o presidente americano ameaçou Putin com sanções incapacitantes sem precedentes no caso de uma incursão do exército russo na Ucrânia.
"Ele nunca viu sanções como as que vou impor", disse Biden na época.
O Presidente chinês Xi Jinping e Putin divulgaram uma declaração conjunta no início deste mês pedindo ao bloco militar liderado pelos EUA que se abstenha de uma expansão adicional e abandone sua mentalidade de "Guerra Fria".
Atualização 20/02/2022
O governo Biden afirmou neste domingo (20) que ordens já foram enviadas aos comandantes russos para prosseguir com um ataque à Ucrânia.
Segundo a comunidade de inteligência americana, a ordem do governo russo pode ser “desinformação” para confundir os Estados Unidos e aliados, acrescentando que indicadores como interferência eletrônica e ataques cibernéticos generalizados ainda não foram observados.
A administração Biden têm insistido que a Rússia dará início à invasão nos próximos dias, apesar do governo Putin negar tal possibilidade. Dias atrás, até o próprio governo da Ucrânia negava categoricamente tal possibilidade, quando Biden já tinha até mesmo anunciado o dia do ataque russo, 16 de fevereiro.
Na sexta-feira (18), o presidente americano voltou a afirmar que a Rússia prepara um ataque à Ucrânia.
“Eu estou convencido de que Putin tomou a decisão de invadir. Nós acreditamos que as forças russas pretendem atacar a capital Kiev”, disse Joe Biden.
Biden também disse que os EUA não irão enviar tropas caso haja uma invasão, mas afirmou que continuará “a apoiar o povo ucraniano”.
Os índices de aprovação do presidente americano continuam caindo desde agosto e os Democratas estão caminhando para um novembro no qual parece inevitável que eles percam sua maioria no Congresso.
Apenas 35% aprovam o trabalho que o 46º Presidente está fazendo, apenas 33% concordam com sua condução da economia e menos de 35% concordam com o que ele está fazendo em questões de política externa, de acordo com uma pesquisa da Universidade Quinnipiac de 16 de fevereiro. Em todas as pesquisas, Biden é o presidente com menor aprovação popular na história dos Estados Unidos.
O índice de preços ao consumidor subiu 7,5% na comparação intranual em janeiro, o aumento mais rápido em 40 anos, e a expectativa é que os preços subirão ainda mais, face a insistência da administração Biden em semear infundadas versões de uma invasão russa da Ucrânia, baseadas em "informes de aliados" não confirmados por órgãos de inteligência americanos.
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