Atualização 15/06 - O Grupo Fleury, de medicina diagnóstica, participará da seleção de candidatos para os testes com a vacina experimental da AstraZeneca.

"A vacina não está tão longe como temíamos que estivesse. Tenho os dados reais como referência e sou uma pessoa otimista”, disse Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, ao Valor. “Teremos uma vacina [no máximo] no início do ano que vem”.
Nota: Artigo em pre-print não revisado da Universidade de Oxford sobre o teste da vacina com macacos (ChAdOx1 nCoV-19 vaccination prevents SARS-CoV-2 pneumonia in rhesus macaques), mostra que o medicamento não protege contra infecção e não reduz a carga viral, com o doente contagiando outras pessoas. Os testes sugerem que a vacina pode diminuir a evolução para pneumonia em humanos, o que está sendo contestado porque o vírus SARS-CoV-2 seria menos agressivo em macacos.
Atualização 04/09 - A porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Harris, disse nesta sexta-feira (4) que nenhuma das candidatas a vacina que estão na fase III demonstrou, até agora, sinal claro de eficácia em um nível mínimo de 50% buscado pela OMS.

Os ensaios clínicos que começaram há mais tempo são da vacina da AstraZeneca. Existem 9 vacinas na fase III.

"Realmente não esperamos ver vacinação generalizada até meados do próximo ano", disse Harris em uma entrevista coletiva da ONU em Genebra.

O Dr. Larry Corey, estrela da virologia global, que coordena os esforços de 72 locais de ensaios clínicos nos EUA para várias vacinas candidatas, gostaria de ver vacinas que são pelo menos 80% eficazes.
Atualização 08/09 - O estudo de Fase 3 da vacina Covid-19 da AstraZeneca foi suspenso em todos os países participantes devido a suspeita de reação adversa grave em um participante no Reino Unido.

O voluntário no estudo do Reino Unido recebeu um diagnóstico de mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.

O mecanismo da mielite transversa em geral é desconhecido, mas alguns casos ocorrem após infecção viral ou vacinação, sugerindo uma reação autoimune. A inflamação tende a envolver a coluna vertebral difusamente em um ou mais níveis, afetando todas as funções da medula.

O momento do diagnóstico, e se está diretamente relacionado à vacina da AstraZeneca/Oxford, ainda é desconhecido.

Os ensaios clínicos da vacina experimental estão sendo realizados no Reino Unido, Brasil, África do Sul e Estados Unidos.
Atualização 15/02/2021 -  A Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA) anunciou nesta segunda-feira (15) que não administrará a vacina da AstraZeneca / Oxford em indivíduos com mais de 65 anos devido à falta de dados.

A decisão marca uma reversão da declaração da semana passada do Vice-Ministro da Saúde sul-coreano Kim Gang-lip, que disse que maiores de 65 anos receberiam a vacina da AstraZeneca, a primeira a ser aprovada no país. A incapacidade de ser usada em maiores de 65 anos leva o programa de vacinação sul-coreano ao caos, já que profissionais de saúde e residentes idosos são os primeiros na fila.

Recentemente, Áustria e Portugal também decidiram não administrar a vacina da AstraZeneca / Oxford em pessoas com mais de 65 anos, somando 11 países (Suiça, África do Sul, Eswatini [Suazilândia], Polônia, Suécia, Alemanha, França, Itália, Áustria, Portugal e Coreia do Sul) com restrição total ou parcial ao uso do imunizante britânico.

A vacina experimental da AstraZeneca está entre as primeiras a avançar para os ensaios da Fase II. Para acelerar o desenvolvimento, os pesquisadores estão realizando ao mesmo tempo os ensaios de Fase II e Fase III.

A AstraZeneca licenciou da Universidade de Oxford a vacina recombinante contra adenovírus ChAdOx1 nCoV-19, que passou a se chamar AZD1222.

Os estudos iniciais para avaliar a segurança da vacina foram realizados no Reino Unido. O medicamento foi testado primeiro em adultos, com efeitos colaterais leves, como estado febril e braço dolorido, e atualmente está sendo testado em 10.260 voluntários, entre adultos e crianças.

No Brasil, os testes da vacina serão realizados em São Paulo e no Rio.

Em São Paulo, os testes serão conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e contaram com a viabilização financeira da Fundação Lemann no custeio de toda a infraestrutura médica e de equipamentos necessários.

Para a etapa em São Paulo, a Unifesp irá recrutar mil voluntários que estejam na linha de frente do combate à Covid-19, uma vez que estão mais expostos à contaminação. Serão selecionadas pessoas que não contraíram a doença.

Os voluntários "devem ser profissionais de saúde entre 18 e 55 anos e estar em alto risco de infecção, por exemplo, pessoal de limpeza e apoio em unidades que tratam pacientes com Covid-19", disse à AFP Soraya Smaili, reitora da Unifesp.

No Rio de Janeiro, os testes em outros mil voluntários serão feitos pela Rede D’Or São Luiz, com custo de cerca de R$ 5 milhões bancados pela Rede e sob coordenação do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

Embora não seja comprovadamente eficaz contra o coronavírus, as vacinas são vistas pelos líderes mundiais como a única maneira real de reiniciar suas economias paralisadas e até de obter vantagem sobre os concorrentes globais.

AZD1222

A ChAdOx1 nCoV-19/AZD1222 usa um vetor viral de chimpanzé com deficiência de replicação, baseado em uma versão enfraquecida de um vírus do resfriado comum (adenovírus) que causa infecções em chimpanzés e contém o material genético da proteína spike SARS-CoV-2. Após a vacinação, a proteína de pico de superfície é produzida, iniciando o sistema imunológico para atacar a Covid-19 se posteriormente infectar o corpo.

A vacina foi testada em seis macacos rhesus no National Institutes of Health’s Rocky Mountain Laboratory, em Montana, EUA, que foram expostos a grandes volumes do coronavírus SARS-CoV-2. Mais de 28 dias depois, todos os seis ainda estavam saudáveis.

O vetor de adenovírus recombinante (ChAdOx1) foi escolhido por gerar uma forte resposta imune a partir de uma dose única e não se replicar; portanto, não pode causar uma infecção contínua no indivíduo vacinado. As vacinas feitas com o vírus ChAdOx1 foram administradas a mais de 320 pessoas e demonstraram ser seguras e bem toleradas, embora possam causar efeitos colaterais temporários, como febre, sintomas semelhantes aos da gripe, dor de cabeça ou dor no braço.

* Com informações da Fundação Lemann, Anvisa, AFP

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