Segundo levantamento do Bank of America (BofA) em 97 países, a injeção de estímulos em 2020 alcançou US$ 25 trilhões, com US$ 15,2 trilhões vindos da política fiscal – a maior expansão orçamentária desde a Segunda Guerra Mundial – e US$ 9,3 trilhões da política monetária.
De acordo com o BIS, os balanços dos bancos centrais devem subir em 6,3% do PIB em média, em comparação com cerca de 2,5% durante a crise financeira de 2008. Nas cinco maiores economias avançadas, projeta-se que os balanços destas instituições cresçam em média de 15% a 23% do PIB antes do final de 2020 e permaneçam elevados no futuro próximo.
No caso do Fed, a carteira de ativos chegou na semana passada a US$ 7,2 trilhões, 70% maior do que o máximo atingido na crise do subprime.
Volumes de estímulos das dez maiores economias (PPC)
- Estados Unidos (28,1% do PIB)
- China (8,2%)
- Japão (63,7%)
- Alemanha (54,2%)
- Índia (16,7%)
- Reino Unido (41,6%)
- França (37,5%)
- Itália (58%)
- Brasil (11,2%)
- Coreia do Sul (14%)
Perspectivas
Após um declínio acentuado no início de 2020, a economia mundial teve uma recuperação que começou em maio e continua caminhando para superar os níveis pré-pandêmicos do PIB global até o final deste ano.
Em sua perspectiva de 2021, a equipe econômica da Morgan Stanley Research diz que a recuperação em forma de V, prevista em seu relatório de meio de ano, está entrando em uma nova fase autossustentável.
Chetan Ahya, economista-chefe do Morgan Stanley, acredita que a partir do segundo trimestre de 2021 os mercados emergentes provavelmente impulsionarão o crescimento do PIB global; então, à medida que emergem dos lockdowns de inverno, os mercados desenvolvidos podem aumentar esse ímpeto.
“Em março ou abril, esperamos que todas as geografias e todos os setores da economia global se juntem à recuperação”, disse Ahya.
Três fatores caracterizarão o próximo estágio da recuperação, diz Ahya: crescimento global sincronizado, recuperação nos mercados emergentes e o retorno da inflação.
“Economias dependentes do comércio já estão bem em suas recuperações, enquanto nas grandes economias, possivelmente mais orientadas para a demanda doméstica, como Índia e Brasil, uma série de indicadores recentemente excederam os níveis pré-pandemia e estão registrando um crescimento ano a ano positivo", disse Ahya.

* Com informações do Bank of America (BofA), Valor Econômico, Morgan Stanley
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